segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Música Eletrônica

A postagem de hoje não se direciona para vídeo-arte, hologramas, exposições, eventos ou qualquer outra temática “palpável” – por mais curioso que isso soe – que envolve a parte mais óbvia da arte eletrônica. Dessa vez os ouvidos são os guias na temática de música eletrônica.

Música eletrônica, de acordo com sua definição, é toda música criada ou modificada através do uso de equipamentos e instrumentos tecnológicos, a exemplo de sintetizadores e computadores.
É muito comum encontrarmos bandas que trabalhem e executem esse gênero musical.

O Kraftwerk, por exemplo, é um grupo musical alemão que inventou um estilo de música techno totalmente feita e tocada por meio de sintetizadores. A banda foi fundada por Florian Schneider e Ralf Hütter em 70, mas contando sempre com a participação de outros músicos - sendo que muitos sequer chegaram a participar de algum disco.

Ainda assim achou estranho e distante? Em 1998, Londres, foi criada a banda Gorillaz, bem mais conhecida que o Kraftwerk, que é composta por quatro membros animados e que em seu primeiro álbum vendeu mais de 7 milhões de cópias. Entrando para o Guiness como “Banda Virtual de Mais Sucesso”, a banda também recebeu 5 indicações ao Grammy Award. Diferentemente do Kraftwerk, podemos dizer que o trabalho eletrônico feito em Gorillaz é muito mais aprofundado, pois os criadores (o então líder do Blur, Damon Albarn, e por Jamie Hewlett, co-criador da Tank Girl) se preocuparam com a criação da imagem de cada membro virtual (ou seria, nesse caso, real?) da banda. Em 2010 a banda realizou sua última apresentação, apesar de haver boatos de que ela estaria em estúdio produzindo um CD para ser lançado ao final desse ano. Isso mesmo, a banda Gorillaz faz apresentações! Estas se dão através de um sistema de projeções de imagens: hologramas ou sombras atrás de uma tela branca.

Clique aqui para conferir videoclipes do Gorillaz.

Outro exemplo conhecido é a banda Daft Punk, da França, que detém sucessos como “One More Time”, “Technologic” e “Stronger”, em parceria com o rapper Kanye West. Além disso, a dupla de músicos franceses que compõe o Daft Punk foi responsável pela trilha sonora do filme “TRON: Legacy”, que foi muito elogiada pela crítica internacional.





Ainda falando sobre música, é importante também localizar os espaços onde elas poderam ser difundidas. Um elemento essencial para o desenvolvimento da mesma foram as raves, festa que visava a interação entre pessoas e a elevação da consciência através de diversas formas de arte. A difusão desse tipo de evento também foi uma reação às tendências da cultura de casas noturnas.

Apesar de tudo, ainda persiste uma discussão acerca da validade da música eletrônica. Alguns músicos consideram a arte da música apenas aquela que possa trazer sentimentos de uma forma não sistemática através de instrumentos musicais manipulados fisicamente. Outras correntes afirmam que justamente o fato de alterar o estado da mente através da estimulação não somente dos ouvidos, mas também das batidas do coração e da respiração – elementos que podem ser inseridos através de sintetizadores e outras ferramentas tecnológicas -, tornam a música eletrônica uma forma única de criação e apreciação da música.

Seja como for, é indiscutível que a música eletrônica, assim como a música tradicional, também tem seu poder de contágio e adeptos. Para quem não conhece, vale a pena pesquisar um pouco mais sobre.

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Arte Holográfica: Ciência e arte em codificação



Parece coisa de ficção científica - e quase é, se tomarmos a ficção como âmbito de desenvolvimento da arte e a ciência como área de origem do tema da postagem de hoje.
A arte holográfica vem sim da holografia, mas não exatamente aquela que vimos em Star Wars. A holografia parece algo distante e futurista, mas foi criada "recentemente",  no final da primeira metade do século passado, mais precisamente em 1948, pelo físico Dennis Gabor, e só na década de 60 pôde ser executada com a criação do laser.

A holografia é um registro ótico baseado em ondas luminosas. O conceito de registro deve-se ao fato de que, mais do que apresentar uma imagem em três dimensões, a holografia é um processo de codificação e decodificação de informações visuais. Para esclarecer, cada ponto de um holograma guarda as informações do todo, ou seja, armazena informações do objeto inteiro que foi registrado. Através da incidência da luz (laser) sobre um ponto do holograma, o registro codificado é revelado em uma imagem virtual. A noção de tridimensionalidade é resultado da junção no cérebro das duas percepções oculares, sendo assim um fenômeno óptico.

Na área das artes, artistas plásticos se apropriaram da técnica holográfica e a utilizaram em diversos trabalhos artístico-visuais, sendo considerada esta uma expressão em fase de nascimento e maturação. Considerando o contexto contemporâneo das expressões artísticas e a introdução do conceito de interatividade, a arte holográfica se coloca como inovação no campo das possibilidades que a arte pode abranger.

Dieter Jung
No Brasil, um dos mais importantes nomes no que se refere à arte holográfica, o artista plástico alemão Dieter Jung, foi o primeiro a apresentar o seguimento em exposições montadas em São paulo no ano de 1975. Dieter Jung foi professor convidado da Universidade Federal da Bahia nesse mesmo ano, exercendo seu  primeiro posto acadêmico. 

Em 1979, a 15ª Bienal Internacional de São Paulo trouxe trabalhos da artista japonesa Setsuko Ishii, em 1981, na 16ª Bienal de São Paulo, Ivan Isola organizou a primeira exposição holográfica, com hologramas de diversos países, mas só em 1982 acontece no Brasil a primeira exposição holográfica feita por um brasileiro. José Wagner Garcia, que expôs hologramas realizados por ele na Inglaterra.

Nacionalmente,  Moysés BaumsteinAugusto de Campos e Décio Pignatari são os nomes que mais se destacam na produção de arte holográfica.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Ciber Retrospectiva

A intenção desta postagem é mostrar as três intervenções/exposições de Arte Eletrônica no Brasil que tiveram mais repercussão nos últimos dois anos.

É importante com o decorrer do post, perceber a grande diversidade dos produtos que serão expostos, tanto na concepção final, como, no próprio processo criativo dos artistas.


Trabalho difícil, mas, vamos lá!

Sem dúvida, o primeiríssimo deve ser o FILE - Festival Internacional de Linguagem Eletrônica. A 12º edição aconteceu em São Paulo entre os dias 19 de julho e 21 de agosto em diversos lugares da capital paulista. Na programação do festival, instalações interativas, jogos, animações, trabalhos de web arte, vídeos, documentários, maquinemas, dentre outras intervenções.

Dentre as instalações mais procuradas, estava a do artista Ali Miharbi - Espelhos Movie - que permitia que o espectador visse a sua imagem no espelho sendo transformada em imagens de personagens de filme. "Mirrors Filme, inverte as relações entre o espectador e imagens em movimento, tais como o papel do espectador sentado ainda em um assento e se identificando com os corpos em movimento na tela".


Outra exposição foi a de Ben Jack, artista da Nova Zelândia - Elucidar FEEDBACK - Uma instalação controlada mentalmente sobre a criatividade inerente ao ato de observar. Quanto mais atenção é dada, mais padrão é formado; quanto menos atenção é dada, o padrão volta para estática. "A intenção é formar um ciclo de realimentação entre a atenção do usuário ao tema de sua atenção".


Esse contraste de sensações é a intenção do Festival Internacional de Linguagem Eletrônica: mecânica, ótica, robótica e criatividade levam o visitante a conhecer essas novas formar de expressar o ser humano.

A exposição Cyber Art que ocorreu no final de 2010 na Caixa Cultural de Brasília, foi uma retrospectiva das obras do artista plástico francês, Zaven Paré. A exposição contava com seis obras - entre marionetes eletrônicas, robôs, esculturas, desenhos e uma videoinstalação.

No lugar de telas, pincéis e tintas, estavam presentes parafusos, metais e computadores. Por meios de dispositivos eletroeletrônicos, Zaven, mescla experiências em mecânica, ótica e acústica. "São objetos antropomórficos, fragmentos do corpo humano ou de animais, na forma de projetos, esculturas ou instalações”, explica o artista.

A originalidade dos modos de apropiação e das práticas necessárias à produção desses artefatos, faz de Paré um dos pioneiros e propagadores da arte eletrônica no mundo.

No vídeo, Zaven Paré fala sobre seu processo criativo e suas influências. Vale a pena dar uma conferida: http://www.youtube.com/watch?v=NweSR8bEtr8&feature=related

Outro produto de Arte Eletrônica é o projeto infantil Pequeno Cidadão, idealizado por Arnaldo Antunes, Edgard Escandurra, Antônio Pinto e Taciana Barros - músicos, compositores e amigos que resolveram juntar suas "crias" e lançar um albúm de músicas psicodélicas para crianças. O grupo, apresenta repertório de músicas infantis cuja inspiração vem dos próprios filhos, da experiência como pais e também das lembranças da infância. Durante a apresentação, o espectador se encanta com a miscelânea de instrumentos musicais, malabares, fantasias e brincadeiras de crianças.

Mas, o que esse projeto tem de arte eletrônica?

Além das músicas, o DVD, dirigido por Fábio Mendonça, é transformado em 14 clipes, cada um feito por estúdios de animação diferentes, com direito a várias técnicas como: stop motion, 3D, rotoscopia e o storyboard tradicional.
Todos os clipes são passados no show e interagem diretamente com o público.

Ficou com curiosidade?! Foi difícil escolher um....

Futezinho na escola


terça-feira, 11 de outubro de 2011

A excentricidade de Mariko Mori

Oneness, título da exposição.

Arte, tecnologia e religião juntas em uma exposição em São Paulo. Quem for ao Centro Cultural Banco do Brasil até 16 de outubro, poderá presenciar a exposição de Mariko Mori que recebe o nome de Oneness e apresenta ao todo 10 trabalhos de alta complexidade tecnológica. Uma experiência sensorial e divertida para muitas pessoas.

Mariko Mori é uma artista plástica japonesa, ex-modelo fotográfico, inspirou-se em texturas e estéticas apreendidas em suas experiências no mundo da moda para criar cenas impossíveis. Desenhando antigos rituais e símbolos, Mori usa tecnologia de ponta e materiais de última geração para criar uma nova visão do século XXI.

Dentre a exposição que apresenta também vídeos, fotografias e desenhos, destacam-se quatro obras.

Wave Ufo, máquina e escultura ao mesmo tempo de seis toneladas, que funde, em tempo real, computação gráfica, ondas cerebrais, som e uma engenharia arquitetônica para criar uma experiência interativa dinâmica, possui uma espécie de cápsula capaz de acolher três visitantes por vez.

"Ele muda de acordo com as ondas cerebrais de seus observadores, possibilitando aos visitantes a viajar por suas próprias sinapses: com a cabeça acomodada em um travesseiro com eletrodos, é possível ver emoções e pensamentos traduzidos em diversos formatos e cores, projetados no casco interno da nave, como a cúpula de um planetário" (Scientific American, ANO XVIX, Nº 22, pág. 8)

Oneness, que dá nome a mostra, apresenta um círculo de seis figuras confeccionadas em technogel (material novo, que fica entre o sólido e o líquido) que interagem ao toque do visitante. As estatuas tem formato de alienígenas que respondem aos estímulos com batimentos cardíacos simulados, que variam de acordo com o toque ou abraço do visitante.

A obra representa desaparecimento dos limites entre si mesmo e os outros. Um símbolo da aceitação do outro e um modelo do conceito budista de unidade, de que o mundo existe como organismo interconectado.

Transcircle, um anel de nove pedras de vidro coloridas e brilhantes, controlado interativamente, numa fantástica reinterpretação dos círculos de monólitos pré-históricos.

Empty Dream (1995) é uma fotografia em 6 painéis que representa uma cena do Ocean Dome a maior praia artificial do mundo, em Miyazaki, no Japão. Em um ambiente onde tudo é artificial, luz e ondas do mar são simulações do real possibilitadas pela tecnologia, até a presença de sereias é possível e o rosto de Mariko Mori jovem aparece várias vezes na foto.

Empty Dream, 1995 © Photo courtesy of Mariko Mori

"Outras obras mesclam tecnologia de ponta e princípios budistas, marcando uma fase mais recente de Mariko, na qual o observador que passa a desempenhar o ato performático, interagindo corpo, mente, máquina e assim criando "novas realidades”. (Scientific American, ANO XVIX, Nº 22, pág. 8)

O trabalho de Mariko é totalmente inovador e excêntrico, na maioria de suas obras ela está presente e interagindo com o mundo, explorando ao máximo tecnologia, designer e possibilitando as pessoas novas formas de interpretação e significação da vida.

Confira aqui a matéria veiculada no SBT Brasília sobre a exposição no CCBB

Slide show com imagens das instalações de Mariko Mori

Serviço

Oneness. Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB). Rua Álvares Penteado, 112, Centro, São Paulo.

De terça a domingos, das 9h às 21h, entrada franca. Até 16 de outubro.


segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Evento: Zona Mundi

Os interessados em cultura e arte eletrônica já tem um compromisso esse fim de semana.

Patrocinado pela VIVO e em sua 3ª edição, o Zona Mundi acontecerá a partir dessa quinta – feira, 6 de outubro com workshops e terá continuidade na sexta, 7 de outubro, com apresentações de vídeoarte e música no Museu de Arte Moderna da Bahia. Como foi definido no seu próprio blog, o Zona Mundi é um projeto que visa divulgar o diálogo cada vez mais atual entre a música, o vídeo e as novas tendências da arte digital e eletrônica. O evento colabora para a popularização da arte eletrônica em Salvador através dos seus workshops a apresentação de artistas de todo o país.

Custando R$ 4 (inteira), nessa edição o Zona Mundi contará com o coletivo Miku, composto pelos VJs AD e Dexter, o Zona Mobile e, simultaneamente, a videoarte do VJ Gabiru; além das projeções de Danillo Barata.

Nesse fim de semana estaremos realizando uma postagem sobre o evento.