segunda-feira, 29 de agosto de 2011

A "arte interativa"

A sociedade, de maneira geral, apresenta-se cada vez mais viciada na utilização das novas tecnologias. Engana-se, no entanto, quem ainda permanece com a ideia de que essas novas técnicas aplicam-se apenas e principalmente às áreas exatas e biológicas, zonas "sóbrias". Esse é um mito que vem sendo quebrado a medida que as tecnologias vem - constantemente - se aperfeiçoando. Um exemplo bem claro e simples são os os chamados artistas contemporâneos. Tem se tornado crescente o número de artistas que se utilizam dessas novas ferramentas, que possibilitam uma monstruosa sensação de interatividade, a seu favor. Mas por quê?

No vídeo produzido pelo Itaú Cultural, o curador Arlindo Machado afirma que “os artistas se utilizam dos instrumentos mais avançados do seu tempo, mas esses instrumentos não são necessariamente feitos para a produção de arte.” O texto "A fábrica" de Vilém Flusser trabalha justamente com essa temática, ratificando a ideia de que as máquinas e aparelhos eletrônicos são "imitações, próteses que prolongam o alcance e ampliam as informações herdadas geneticamente" do que poderia ser feito com as mãos. O papel do artista, aliado com a nova habilidade herdada pelos aparelhos eletrônicos, permite transformar o trivial em arte e extrair o que há de mais - veja só! - sensível e artístico nas tecnologias.

É indiscutível que os aparelhos já se tornaram uma extensão do homem. O vídeo produzido por Juliana Cerqueira é uma modalidade da arte contemporânea denominada como instalaçãoaqui. Nesse vídeo, Juliana discute o limiar entre o real e o virtual e os limites entre o corpo e a máquina. O corpo humano foi expandido, quase se assimilando ao aplicativo de algum aparelho maior. e pode ser conferida

A tecnologia é uma nova plataforma em que o artista pode expor o que deseja mostrar e propõe uma interação com o público, diferentemente da ideia intocável de peças encontradas em museus: a interatividade é o diferencial. Aliás, essa é a grande característica da arte eletrônica, que faz com que o espectador/fruidor faça parte daquilo, modifique e torne-se um co-autor da obra. Isso chama muito a atenção do público, pois a tecnologia, de bônus, ganha um papel de conexão entre a obra e o público. No caso dos VJs, por exemplo, eles fazem com o que o público interaja com a música de uma forma mais intensa através das imagens expostas.

Esse é o aspecto fundamental da arte eletrônica, elemento temático que vem sendo estudado de forma mais aprofundada ao longo da evolução técnica - a interatividade. A interatividade vai desde pensar a relação e o diálogo entre homem e máquina até o papel de todo artista, que é fazer de sua obra algo de reflexão, de discussão e que possa mudar certos conceitos - inclusive técnicos - estabelecidos na sociedade.

Essas ferramentas hoje são de uso indispensável e nos possibilitam utilizá-las como meio de trabalho para a produção e execução dessa nova arte. Algo que não seria necessariamente feito com a finalidade de produzir arte, através de uma nova visão ou leitura, passa a ser concebido como algo inovador e de valor artístico.

Esse texto foi elaborado a partir do vídeo Emoção Art.ficial do Itaú Cultural, que, além de descrever sobre a arte eletrônica, traz em sua própria produção a formulação de uma peça artística. Esse vídeo nos permite assistir, interagir, apreciar e entender um pouco mais desse universo de valor ciber-artístico.

Para vê-lo, clique aqui.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Bem vindos

Esse blog é fruto da disciplina obrigatória Comunicação e Tecnologia, produzido e alimentado pelas alunas Ana Beatriz Ferreira, Bruna Cook, Marília Mangueira, Stéfane Souto e Tainana Andrade.

O blog tem como tema a “Arte Eletrônica”. É perceptível a dependência tecnológica e as tendências cada vez maiores em produzir materiais dotados de valor artístico nesse ambiente virtual. Justamente por hoje a tecnologia se tratar de um campo comum e trivial, o grupo vem por meio deste explicar o conceito e exemplificar a chamada ciberarte, que constantemente passa despercebida pela geração atual. Esse blog pretende abordar as diferentes perspectivas de arte digital, desenvolvidas pelos teóricos acadêmicos e pelos próprios usuários da rede.

"O desenvolvimento da infra-estrutura técnica do ciberespaço abre a perspectiva de uma interconexão de todos os mundos virtuais. A reunião progressiva dos textos digitalizados do planeta em um único hipertexto é apenas o prelúdio de uma interconexão mais geral, que unirá o conjunto das informações digitalizadas, com destaque para os filmes e os ambientes tridimensionais interativos. Assim, a rede dará acesso a um gigantesco metamundo virtual heterogêneo que acolherá o fervilhamento dos mundos virtuais particulares com seus links dinâmicos, as passagens que os conectarão como poços, corredores ou tocas da wonderland digital. Esse metamundo virtual ou ciberespaço irá se tornar o principal laço de comunicação, de transações econômicas, de aprendizagem e de diversão das sociedades humanas."

(LÉVY, Pierre. Cibercultura, 1999)

Os exemplos mais recorrentes e importantes nesse âmbito são: Vídeo-Arte, Robótica e Esculturas Virtuais, Arte Holográfica, Poesias Virtuais, Design de Layouts, Arte ASCII, Realidade Virtual, Games, Cinema, dentre outros. Dança, teatro e música tecno-eletrônica obviamente também recebem a mesma classificação.

A programação de postagens do blog se dará com a seguinte dinâmica: postagens aprofundadas sobre esses exemplos de ciberarte citados acima e outros alternadas com notícias sobre o mundo da arte eletrônica.